Monday, May 27, 2013

Cartão recomeço - "Bolsa crack"


Bolsa crack’ de R$ 1.350 vai pagar internação de viciados do Estado de SP

Famílias com parente dependente de crack vão receber uma bolsa do governo do Estado de São Paulo para custear a internação do usuário em clínicas particulares especializadas. Chamado “Cartão Recomeço”, o programa deve ser lançado na quinta-feira, com previsão de repasses de R$ 1.350 por mês para cada família de usuário da droga.

Os dez municípios que receberão o programa piloto devem ser definidos nesta quarta-feira. Ainda não há data para o benefício valer em todo o Estado. As clínicas aptas a receber os pacientes ainda vão ser credenciadas, mas ficará a cargo das prefeituras identificar as famílias que receberão a bolsa. “Saúde pública é sempre para baixa renda. Os Caps (Centros de Atendimento Psicossocial das prefeituras) já têm conhecimento das famílias e fará a seleção”, diz Garcia, sem detalhar quais serão esses critérios.Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, a proposta é manter em tratamento pessoas que já passaram por internação em instituições públicas. “São casos de internações em clinicas terapêuticas, pelo período médio de seis meses”, afirma.

Como antecipou o site da revista Época, o pagamento da bolsa será feito com cartão bancário. A ideia do Cartão Recomeço é ampliar a rede de tratamento para dependentes e, principalmente, a oferta de vagas para internar usuários. O trabalho desenvolvido pelo governo sofre críticas por causa da falta de vagas, especialmente após a instalação de um plantão judiciário no Centro de Referência de Tabaco, Álcool e Outras Drogas (Cratod), no Bom Retiro, centro da capital, ao lado da cracolândia - entre janeiro e abril, segundo o governo, cerca de 650 pessoas foram internadas após o atendimento no Cratod.

Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Unifesp, que participou da criação do Cartão Recomeço, a vantagem do modelo é descentralizar o financiamento do tratamento. “Muitas famílias, mesmo de classe média, estouram o orçamento tentando pagar tratamento para o familiar dependente.”

Com o cartão, diz Laranjeira, as famílias terão uma “proteção” para o caso de o parente ficar viciado. “A família poderá ter dinheiro para oferecer ajuda caso o dependente aceite uma internação.

Inspiração

O programa que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai lançar é semelhante ao desenvolvido em Minas. Apelidado de “bolsa crack”, o cartão de lá é chamado Aliança Pela Vida e dá ajuda de R$ 900.

A assessoria do Palácio dos Bandeirantes rejeitou o termo “bolsa crack” - segundo o secretário Garcia, o apelido é “maldoso”. O governo também ressalta que o recurso é carimbado e só pode ser sacado para pagamento em clínicas credenciadas. O plano envolve técnicos das Secretarias de Desenvolvimento Social, da Saúde e da Justiça. O pagamento sairá do orçamento da Secretaria de Desenvolvimento.


Fonte: ESTADÃO.COM.BR/São Paulo - 07 de maio de 2013, 21:41


Wednesday, May 15, 2013

Nosso parceiro de trabalho: CATARSE - Centro de Atendimento, Acompanhamento e Reestruturação do Ser


A CATARSE é uma Comunidade Terapêutica que tem como finalidade o atendimento, acompanhamento e a reestruturação de indivíduos portadores de Transtornos Mentais provenientes de Ansiedade, Pânico, Fobias, Neuroses, Estresse, Depressão & Dependência Química, em atitude VOLUNTÁRIA.

Pensando nisto, nesse sofrimento pessoal dos familiares e na grande dificuldade de existir um ambiente com acomodações ideais e com um grupo de profissionais treinados e capacitados para “facilitar esses reencontros”, e não o tipo de acolhimento clássico, "pesado", distante, que muitos de nós conhecemos, que a CATARSE instalou seu projeto inicial, o Vida Vale Vida, dividido em 2 programas de atendimento, direcionados para Hospedagem Assistida. 

Sendo estas patologias oriundas de fenômenos vários e abrangente, que envolve uma série de fatores bio-psico-social, a Catarse propõe em sua programação diária, a reintegração do hóspede aos diversos aspectos sociais atingidos por seu processo de dissolução pessoal e familiar. Assim sendo, seu objetivo "passa" pela proposta de reequilíbrio afetivo, reajustamento psíquico e reabilitação social, firmando um vínculo terapêutico / hóspede poderoso - mas não dependente - visando sua recuperação e de seus familiares em níveis profundos.


Fundador e Coordenador: Antonio Avena
Psicoterapeuta - Psicanálise 

Saiba mais em: http://www.catarse.com.br

Monday, May 6, 2013

Exploração sexual, aqui, não é turismo... É CRIME!


             

Sol e praia, cenário típico do verão baiano que atraí muitos turistas. Intensificado pelo carnaval, o turismo movimenta a economia, gera empregos e renda e ao mesmo tempo provoca uma preocupação especial: a intensificação do turismo sexual.
            Conceitualmente o turismo sexual é a exploração sexual de crianças, adolescentes e até adultas por visitantes de países estrangeiros ou turistas do próprio país, normalmente com o envolvimento, cumplicidade ou omissão de estabelecimentos comerciais de diversos tipos. Preferindo menores de idade, esse comércio também alicia homens possuindo, atualmente, uma menor frequência nesses casos.
O mercado sexual é, depois do tráfico de drogas, o crime mais lucrativo no mundo. O ir e vir de turistas com este objetivo despontou entre as décadas de 1980 e 1990, tornando-se um dos principais destinos de turismo sexual do continente americano juntamente com México e Cuba. Para o Ministério do Turismo do governo brasileiro, o turismo sexual no país não está ligado somente às rotas marítimas, pois já se tornou uma atividade espalhada por todas as regiões do Brasil.
O assunto que deve ser tratado com seriedade, movimenta instituições como o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan/ CEDECA-Ba, que tem como missão  enfrentar todas as formas e manifestações de violência contra a criança e o adolescente, sobretudo contra a vida e a integridade física e psicológica. Programas como o Sentinela também atuam nesta área, sendo composto por um conjunto de ações de assistência social, de natureza especializada, destinado ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso e exploração sexual, que busca garantir os direitos fundamentais da criança e do adolescente.
           Não obstante, A SOCIEDADE TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO COMBATE A ESSE TIPO DE CRIME. Diga não a quem oferecer ou procurar. Transforme Vidas!

Ligue, denuncie, participe. Disque 100 ou entre em contato com alguma das instituições abaixo.

Disque Denuncia Bahia:
Capital - (71)3235-0000
Interior - 181

VIVER - Serviço de atenção a pessoas em situação de violência sexual:
End: Institutu Médico Legal Nina Rodrigues - IMLNR ( Av. Centenário, s/n)
Tel: IMLNR - (71) 3324-1508 Fax: 3324-1511
Atendimento 24h
Unidade ligada à Secretaria de Segurança Pública do Estado da  Bahia, instalado no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues - IMLNR. Objetiva reduzir, através de atendimento especializado médico e psicossocial, os efeitos da agressão sofrida pelas vítimas de violência sexual. Com equipe composta por assistentes sociais, psicólogos, ginecologistas, auxiliares de enfermagem e enfermeiras, realiza atendimento médico imediato aos problemas clínicos gerados pela violência sexual, atendimento terapêutico individual e em grupo e atendimento e acompanhamento social às pessoas em situação de violência sexual e suas famílias.

CEDECA - Centro de Defesa da Criança e do Adolescente
End:R. Conceição da Praia, 32 - Comércio - Salvador-BA,  CEP: 40.015-250
Tel/Fax: (71) 3326-9878
E-mail: webmaster@violenciasexual.org.br
Atendimento de Segunda a Sexta-feira, das 08:00 às 12:00 h e das 14:00 às 18:00 h

Centro de Referência Sentinela: 
End: Av. Mario Leal Ferreira, s/n - Bonocô - Salvador-BA
Tel: (71)3382-3884
E-mail:sentinela@pms.ba.gov.br

Centro Projeto AXÉ
End: R. Professor Lemos de Brito, 184 - Morro do Gavaza - Barra - Salvador-BA
Tel: (71) 3331-6077/3331-7619
E-mail: axé@zumbi.ongba.org.br

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
End: Pça. Tupinambá, Av. Contorno, 22 - 2º Andar - Prédio da Setha - Salvador-BA
Tel: (71) 32421448

Procuradoria Especializada da Criança e do Adolescente
End: Av. Joana Angélica s/n - Convento da Lapa - Salvador-BA
Tel: (71) 3321-3915

Comissão do Menor da OAB
End: 2º Andar do Fórum Rui Barbosa - Campo da Pólvora - Salvador-BA
Tel: (71) 3243-8940

DAI - Delegacia do Adolescente Infrator
End: R. Agripino Dórea, 26 - Pitangueras - Brotas - Salvado-BA
Tel: (71) 3244-4363

Fases da Depressão


                                                       

    Tristezas, sentimentos negativos, alterações no funcionamento corporal, dores, enjoos, desânimo, falta de energia, dificuldade de concentração. Estes são sintomas que caracterizam a depressão, doença responsável pela maioria dos casos de afastamento do trabalho, à frente do câncer e das doenças cardíacas.
    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 121 milhões de pessoas sofram com a depressão. Só no Brasil, o número chega aos 17 milhões. Mas o que é depressão? Quando pode ser considerada uma doença? É possível analisá-la de forma positiva?
    Além dos sintomas apresentados anteriormente, sensações de desconfortos, taquicardia, constipação, dores de cabeça, também são comuns. Muitos procuram encontrar explicações para o quadro; julgam ser um problema passageiro. Contudo, tomados em conjunto, estes sinais não podem ser ignorados. A depressão pode estar instalada.
    Sem dúvida, o quadro depressivo traz danos reais e muito sofrimento. A melancolia anda de mãos dadas com a depressão. Contudo, quem é capaz de preservar a capacidade de reflexão durante essa fase, pode se tornar mais consciente da própria realidade. Alguns autores da psicologia transpessoal, como Estanislav Grof, defendem que esse desgaste faz com que possamos avaliar atitudes e sentimentos, trazendo um novo sentimento e compreensão à vida.
    Os profissionais de saúde mental, considerando essa tristeza sob a ótica do crescimento do ser humano, da alma ou do espírito, podem trabalhar para que seus pacientes avaliem essa dor e sofrimento de forma que alcancem a superação e redirecionem sua vida. É importante que levem em consideração o ser humano em sua totalidade, analisando a sua história de vida e compreendendo o seu sofrimento, sem minimizá-lo. O apoio da família também é essencial para que o indivíduo realize aos poucos transformações e novas avaliações do seu cotidiano.
    Impulsionar as mudanças sem sufocar as emoções ou embotar os sentimentos, nos traz a uma nova realidade, um processo de autoconhecimento.

Eliziane Rosa



Publicado no jornal Bahia Norte - nº 39, outubro de 2010

AGRESSIVIDADE E VIOLÊNCIA - Relações de Amor e Ódio

                                                 

    Ciúmes, desconfiança, consumo excessivo de álcool e drogas, abstinência e traumas; são alguns dos desencadeadores de reações de violência contra a mulher.
    "Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". Qualquer casal tem divergências, mas quando a violência entra em jogo, esse sigilo deve ser quebrado. O número de casos de mulheres agredidas vem aumentando, a faixa etária diminuindo.
   Entre namorados, alguns jovens perdem o controle e acabam batendo nas namoradas. O pior é que as moças agem com compreensão. Esse padrão se repete até o dia em que, se não for fatal, vão parar no hospital.
    É quando a família descobre e o sigilo dessa cumplicidade doentia é desvelado.
    Há muitas contradições na cultura popular. Crescemos ouvindo:"Mulher gosta mesmo é de apanhar" ou "Em mulher não se bate nem com uma flor". Dois pesos, duas medidas. Chegamos a ouvir a barbaridade de que alguém matou em defesa da honra. Que honra pode ter alguém que é capaz de matar outro ser humano?
    Os homens também são vítimas da violência doméstica, muitas vezes enquanto estão dormindo. Envergonhados, escondem de todos, amigos, vizinhos e familiares. O muro de silêncio tem que ser rompido, pois nunca se sabe até onde uma pessoa pode chegar. Muitos crimes passionais acontecem em casa.
    O comportamento de homens e mulheres que sofrem abuso dentro do lar é de reclusão e fobia. A velha frase "tomei um tombo" caracteriza a busca por uma desculpa para machucados que ficam visíveis.
    Violência doméstica não se resume a murros e ponta-pés. Gritos, ameaças e escândalos verbais humilham, agridem o psicológico, e quiça causam marcas muitas vezes maiores que as físicas.
    A lei Maria da Penha joga luz sobre a questão, trata o assunto com mais rigidez e oferece garantias para as vítimas da violência doméstica (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm).
    Para quem mora em Lauro de Freitas, a cidade possui órgãos de defesa da mulher, como o Centro de Defesa Lélia Gonzáles, a Delegacia da Mulher, e o Conselho Tutelar. Vale ressaltar que o homem também pode ser acolhido nesses locais e suas denúncias ouvidas.

Eliziane Rosa








Publicado no jornal Bahia Norte - nº 38, setembro de 2010

Maconha, o dom de iludir

                                          

    "Que nem pesquisadores nem a população se iludam de que exista indicação terapêutica para utilizar maconha que já seja aprovada pela ciência."
    Durante a minha caminhada profissional enquanto psicoterapeuta atendo famílias que chegam completamente impotentes diante do discurso de sues filhos que fazem uso de maconha, e que embasados em textos encontrados na internet e em outros lugares, constroem verdadeiras teses de que tal droga é uma substancia natural e que não traz risco a saúde.
    Hoje existe uma proposta de se criar uma agência especial para pesquisar os supostos efeitos medicinais da maconha, patrocinada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
    A droga, no caso a maconha, vem sendo usada indiscriminadamente e com seu uso inicial por volta dos 12 anos. Quando descobertos os jovens negam e colocam a responsabilidade em outro (amigo). As escolas não têm uma política de prevenção, e os pais só vão descobrir a gravidade do uso quando já se torna um hábito de rotina.
    "A maconha produz dependência, bronquite crônica, insuficiência respiratória, aumento do risco de doenças cardiovasculares, câncer no sistema respiratório, diminuição da memória, ansiedade e depressão, episódios psicóticos e, por fim, um comprometimento do rendimento acadêmico ou profissional", declara Robim Room (Oxford University)
    Outro dado importante a ressaltar é a contradição que é estar num país das Américas em que houve um aumento de apreensões e consumo da maconha ao mesmo tempo (Relatório Escrito para Agencia de Drogas e Crimes das Nações Unidas). É fundamental ressaltar que as pesquisas de opinião aqui no Brasil apontam para a não legalização da droga.
    A maconha tem um efeito que traz danos para o usuário e para toda a família. Cria crises e discussões e adoece a todos num processo de dependência. Enfrentar o vício de uma substância requer acompanhamento especializado e muito amor, a permissividade não leva a nenhum ganho e quanto antes se buscar ajuda para se resolver este assunto melhor.
    É com grande admiração que vejo a declaração dos profissionais que buscam trabalhar dentro da cientificidade legitima e fundamentada por órgão que tem credibilidade.
    Esta coluna foi escrita respaldada nas declarações do Professor RONALDO RAMOS LARANJEIRA, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas (Inpad/CNPQ). "ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES, doutora pela Unifesp, é pesquisadora do Inpad/CNPQ.







Drª. Eliziane e Dr. Ronaldo Laranjeiras, maior autoridade do país no assunto ligado à Escola Paulista de Medicina, no Encontro de Especialistas em Dependência Química do Uniad, centro de referência em dependência química.

Seja feliz sem medo de ser feliz

                                           

    Na escuta terapêutica ouço pessoas que buscam ser feliz, ter paz e realização pessoal e depois de um período de terapia e outros recursos na busca de se mesmas elas conseguem elaborar projetos com grandes perspectivas de sucesso, mas isso não as deixam felizes, pois o medo, que é o pior conselheiro que o ser humano possa ter, o impede, somos barrados por nós mesmos, na angustia e no pessimismo.
    Algumas pessoas temem que um projeto seu, mesmo que embasado em sua competência, "não dê certo". Mas, com frequência, quando indagadas "e se der certo?", notamos embaraço e surpresa. Parecem entrar na situação "para não dar certo". Tudo foi planejado corretamente, com detalhes, mas, na hora H... algo ocorreu e tudo deu errado! E, muitas vezes, por um ato que ela avalia como "involuntário" ou casual.
    Estas pessoas parecem ter sido "programadas", modeladas pela educação para "darem errado". Não se sentem merecedoras da felicidade. Sua baixa auto-estima faz com que, embora conscientemente aspirem felicidade, inconscientemente sabotem seus mais sinceros ideais. E, quanto mais baixa a auto-estima, menor será a capacidade de se sentirem merecedoras do sucesso. Quando começam um projeto não se preparam para vencer, mas para serem vitimas perdedoras. Quando há um conflito entre um conteúdo inconsciente e uma vontade consciente... vence o lado inconsciente.
    Ser feliz parece proibido para as pessoas de baixa auto-estima. A felicidade parece incomodar, gerar ansiedade e desconforto. Parece evocar ecos do passado que dizem "não mereço ser feliz". Muitas vezes ocorrem culpa e sensação de inferioridade. Diante da eminência do sucesso é como se a pessoa se sentisse um impostor, passível de ser descoberto a qualquer momento. A falta de coragem de assumir a felicidade faz com que, ao invés de questionar essas vozes destrutivas num diálogo interno, acreditem piamente nela e a obedeçam...
    Na base está a baixa auto-estima. A sensação de que seu destino não é ser feliz. Um sentimento de culpa baseado em crenças errôneas acerca de se mesmo, do ambiente e do futuro. Pessoas com baixa auto-estima se condenam com a autopunição e provocam o insucesso e sua ocorrência reforça as crenças subjacentes de incapacidade. A profecia inconsciente se realiza. Diferentemente, pessoas com auto-estima adequado perseveram, tomando o insucesso como oportunidade de aprendizado, e aumentam as chances de vitória.
    Se tais crenças não forem modificadas as profecias continuarão ocorrendo. Sem um trabalho terapêutico que modifique essas crenças o futuro continuará sendo em função do passado. Baseados na sensação de incapacidade anterior, novos fracos, garante grande parte do sucesso.

Eliziane Rosa

Dependência Química



    Sou colunista deste jornal e venho interagindo com você leitor no intuito de refletirmos sobre as questões relacionadas ao psiquismo, ou seja, ao crescimento do nosso "eu". Muitas vezes recebo e-mail de feedback da coluna refletindo o interesse sobre os temas tratados aqui, principalmente sobre drogas.
    Tenho me especializado no assunto no decorrer da minha caminhada como profissional e faço parte da equipe de especializados da UNIFESP-SP/UNIAD, formação esta coordenada por Dr. Ronaldo Laranjeiras que para mim é o maior especialista em dependência química do país.
    Neste modelo de trabalho com dependentes químicos a participação da família é fundamental. Os primeiros contatos com as drogas ocorre na adolescência, no período de diferenciação e tomada de autonomia dos adolescentes em relação aos membros da família.
    Permitir que cada membro da família possa falar de suas dificuldades, seus sofrimentos relacionais, num espaço terapêutico que evite a busca de culpados e sim realize um trabalho que se observe o aspecto funcional da dinâmica familiar, através desta ferramenta terapêutica se começa a dá um direcionamento no que estava desestruturado.
      Esse aspecto pode ser responsável por parte das dificuldades, mas é evidente que ele não é o único.
    Realizar esse trabalho com o sistema familiar também permite a prevenção dentro da família: irmão, primos e/ou outros que façam parte da convivência do paciente.
    Sabe-se que grande parte dos irmãos e irmãs dos dependentes estão arriscados a desenvolver um outro diagnóstico psiquiátrico: depressão, problemas na escola, anorexia ou mesmo dependência química.

    O trabalho junto às famílias em que um membro se encontra em condição de uso nocivo ou dependente de drogas permite que se trate a doença e não os sintomas, buscando o equilíbrio de todos os membros.

     Na terapia de família, o portador de sintoma é visto como aquele que é designado e é responsável por denunciar uma desestrutura familiar. Ele escolhe o sintoma por razões até particulares, mas ativa este sintoma com o intuito inconsciente de mexer com todas as relações interpessoais. Conforme a caracterização do paciente ele pode passar de dependente da substância a dependente da relação desestruturante.
     No tratamento de dependência química, se faz necessário diversas formas de manejo terapêutico como: testes toxicológicos, em alguns casos acompanhamento psiquiátrico para entrar com medicação para contenção dos sintomas de abstinência, trabalhos de respiração, palestras para aumentar a reflexão sobre o assunto e dinâmicas de grupo familiar. Este modelo de terapia é uma interessante opção de tratamento para famílias em que um dos membros é dependente, com a finalidade de perceber cada família de forma única.
    O objetivo desse trabalho é permitir aos grupos em situação de sofrimento uma solução que atenda a todos de maneira positiva. Desta forma, com a capacidade auto-curativa restaurada, as famílias podem prosseguir em seu desenvolvimento natural.

Eliziane Rosa






Publicado no jornal Bahia Norte - nº 32, março de 2010

Ecologia: Consciência ou Modismo?




    Nossas crianças estão sendo educadas para um novo conceito de vida?
    Tenho escutado quase que diariamente, frases da minha filha Beatriz que tem 8 anos: "mãe, cuidado, você vai acabar com a água do planeta!" ou "você sabia que este copo pode ser reciclado três vezes?" referindo-se a sinalização que encontra-se no verso. Observando ela e as outras crianças que fazem parte da minha rotina, o assunto ecologia e preservação do meio ambiente vem se tornando algo comum na forma de se comunicar e de interagir com a sociedade; então comecei a refletir sobre esses assuntos e me ocorreu a seguinte questão: Será consciência ou modismo, a ecologia para esta geração que está se formando?
    Temos em casa agentes mirins, todos prontos a nos doutrinar sobre o lixo, a água e os animais indefesos. Eles coletam e separam as garrafas pet, os sacos plásticos e realmente nos ensinam muito. Escutei um dia, em uma famosa lanchonete a seguinte frase: "veja pai, o saco é de papel reciclado!" e pensei comigo "... mas o brinde é um boneco de plástico; o que aconteceria com aquele garoto se ele levasse para casa uma muda de planta?"

    A consciência é a capacidade de captar o ambiente de forma lúcida e de expressar um aprendizado, algo integrado à realidade; sendo assim, é por meio do aprendizado e do conhecimento vivencial de cada um que ela se forma. Ao tomar consciência de algo, não se continua no erro, sendo capaz de reproduzir esse comportamento positivo - no caso, a preservação da natureza, é muito mais do que reproduzi-lo, propiciar uma construção de reflexões no meio social que ela frequenta. É ter opinião própria e agir de forma coerente à mesma. Será que é isto que vem sendo repassado para nossas crianças?
    Sendo o ser humano também uma parte do ecossistema, parte esta bem importante, porque não se ouve falar na preservação desta espécie que tanto vem sendo violentada, agredida e muitas vezes aniquilada em seu próprio habitat? O número de projetos sociais e ecológicos precisa crescer na mesma proporção que o da preservação dos animais e vegeteis!
    Acompanhar um modismo é fazer um estilo, reproduzir algo para ser parte e não fazer parte, é não ter opinião própria e seguir o que a "galera" faz, só para não ficar de fora do grupo social, para não ser extinto, numa sociedade que de tão ecologicamente correta pode acabar aniquilando os que não aderirem.
    Pensar no planeta é de grande importância, mas sem deixar nenhum ser vivo de fora!

Eliziane Rosa





Publicado no jornal Bahia Norte - nº 21, abril de 2009

Drogas: proposta em debate


                                               

    Nos últimos anos temos assistido um intenso debate sobre a legalização de drogas no Brasil. A própria intensidade na qual este debate tem sido travado mostra que o assunto drogas produz um efeito nas pessoas que sentem-se levadas a ter muitas certezas e a ficar de um lado ou de outro da legalização.
    Levou-se mais de quarenta anos para que os países desenvolvidos identificassem os males causados pelo fumo de uma forma definitiva e outros vinte para implementar políticas que pudessem começar a reverter a situação. Esta lentidão sem reconhecer danos em algumas situações sociais faz com que mudanças no status de qualquer droga deva ser encarado com extremo cuidado, principalmente quando um aumento de consumo seja uma das possibilidades.
    Tenho escutado quase diariamente no consultório a afirmação entusiasmada de que a maconha vai ser liberada no Brasil e o maior argumento dos jovens é que o uso desta substância estaria relacionado com a liberdade e os direitos do cidadão em usar qualquer droga e que não seria função do estado interferir neste comportamento.
    "Ah! Liberdade e a Natureza juntas, que beleza!"
    Em psicoterapia venho acompanhando jovens com discursos liberais e com a vida desestruturada que frequentam as "bocas de fumo" e muitas vezes trocando as próprias roupas por um "fininho" (cigarro de maconha) e famílias adoecidas, reféns de uma situação que para a maioria é vergonhosa. Fazer o uso de maconha e outras drogas, defendendo esse discurso de forma banalizada vem trazendo prejuízos para todo um sistema social.
    O desafio do debate das drogas no Brasil não é se devemos afrouxar as leis da maconha, mas como fazer um debate informado e produzir uma política de drogas racional que possa ser avaliada constantemente. A implementação desta política não ocorre espontaneamente, mas com uma ação determinada de governo. Talvez seja inútil esperarmos por uma grande política nacional de drogas. Ações locais de governo poderiam fazer uma grande diferença. Os estados e municípios deveriam envolver-se nessas ações com a ajuda comunitária. A sociedade civil já está bastante mobilizada com o assunto álcool e drogas. É necessário agora que os governos democraticamente eleitos mostrem a sua capacidade de organizar uma resposta eficiente a um problema que afeta milhões de brasileiros.

Eliziane Rosa





Publicado no jornal Bahia Norte - nº 28, novembro de 2009

Ser magra feliz e saudável!





    Atualmente muito se tem ouvido falar em transtornos alimentares, especialmente a Anorexia e a Bulimia Nervosa. Para prevenir este problema vamos esclarecer algumas questões pertinentes sobre estes distúrbios do comportamento alimentar, relacionados à percepção da auto-estima.

1) O que leva uma pessoa a tornar-se bulímica ou anoréxica?
         As vezes pode ser difícil identificar com precisão o que leva uma pessoa a tornar-se bulímica ou anoréxica. Não só nesse caso, mas na grande maioria dos transtornos comportamentais, vamos encontrar essa dificuldade. O que sabemos, é que normalmente encontraremos a presença de três elementos básicos: os fatores predisponentes (que vão identificar a possibilidade de desencadear esse ou aquele transtorno, normalmente ligados à predisposição genética), os fatores desencadeantes (identificados na presença de um trauma ou um evento marcante que claramente definiu o início da doença) e os fatores psicológicos (no caso da bulimia e anorexia, normalmente ligados à preocupações exageradas em relação a forma física, incrementados pelas exigências da mídia que cultua formas magras e a uma baixa auto-estima desses indivíduos).

2) Toda pessoa que tem bulimia ou anorexia é magra?
         No caso da anorexia sim, já que essa tem seus critérios diagnósticos baseados em alguns fatores que incluem a perda ponderal importante como exigência para se firmar o mesmo. Em relação à bulimia nem sempre isso ocorre. Nesse caso, o que temos é um processo compulsivo de tentar expurgar (através de vômitos provocados, uso de laxantes ou exercícios exagerados) um possível excesso alimentar.
         No entanto, nem sempre tal fato é acompanhado de uma perda ponderal importante, mas sempre estará lidado à vontade de perder peso ou de não aumentar o peso existente. Concluindo: Até mesmo alguém que esteja acima do peso mas que, por várias vezes por semana, provoca vômitos no intuito de se livrar da alimentação ingerida, é considerada bulímica.

3) A bulimia pode levar a um quadro de anorexia?
         De fato uma pessoa bulímica pode tornar-se anoréxica. Quando um bulímico passa a ter uma progressiva preocupação com a imagem corporal, pode desenvolver dietas restritivas radicais e, consequentemente, alterações físicas que vão caracterizá-lo como anoréxico.

4) Existe anorexia com bulimia?
         Sim, pode existir. Encontramos quadros clássicos de anorexia, com baixíssima ingestão alimentar, e que, apesar disso, realizam atos expurgatórios toda vez que entendem que "passam" do limite desejável.

5) Porque as pessoas demoram tanto tempo para procurar tratamento?
         Por vários fatores: desinformação, vergonha, preconceito; mas principalmente por não se sentirem realmente doentes. Muitos consideram seus atos expurgatórios, vômitos provocados etc., como um método válido de manutenção de seu peso, nos casos dos bulímicos. Na anorexia, encontramos por parte destes, a crença de que ainda estão acima do peso desejável, e por isso acabam rejeitando qualquer forma de tratamento que os façam ganhar mais peso.

6) É possível identificar uma tendência à anorexia antes que ela esteja instalada?
         Costuma-se dizer que nada começa de repente. Normalmente podemos identificar uma preocupação exagerada com a forma física, estando esta como principal objetivo de suas vidas e de seus anseios. É também comum observarmos, antes do quadro instalado, uma sucessão de dietas e práticas descontroladas de tentativas de se perder peso. Além disso, podemos notar um culto a artistas, famosos e até mesmo amigos que possuam formas esquálidas.

7) Um jovem que tenha uma vida saudável pode em um determinado momento desenvolver uma bulimia ou anorexia?
         Sim. Algumas dietas exageradas, o desejo de se tornar cada vez mais magro, o medo da rejeição social, podem aos poucos ir desenvolvendo nestes um desejo de emagrecimento, que pode num determinado ponto sair do controle e desenvolver um transtorno alimentar. Existem casos de atores que desenvolveram o transtorno após atuarem em papéis em que lhes foram exigidos uma perda ponderal importante em um curto espaço de tempo.

    A auto-estima é fundamental para o equilíbrio emocional do ser humano, buscar profissionais preparados para cuidar da saúde física e mental é indispensável para manutenção da qualidade de vida.
    Ser saudável está na Moda!

Eliziane Rosa





Publicado no jornal Bahia Norte - nº 27, outubro de 2009

Alcoolismo - "A partir deste ano novo não bebo mais!"



                                           


    O início de ano é um momento muito propício para a tomada de decisões. Novas oportunidades para todos faz com que a maioria das pessoas façam planos de mudanças de velhos hábitos e comportamento. É nessa hora que se houve aquela frase: "A partir desse ano não BEBO MAIS!" É assim que se descobre que deixar de lado a bebida alcoólica não é tão simples!
    Sabemos que o álcool é disparado a droga que mais prejuízo tem causado à sociedade, seja na dimensão social ou na saúde publica, criando consequências irreparáveis de modo geral. Aí fica uma pergunta. Porque ela causa tantos danos? Eu, particularmente, penso que é devido ser uma droga lícita, e porém, transformou-se numa droga social, que muitos iniciam-se em idade precoce. Por ser também uma droga lícita, torna-se impossível o controle, a fiscalização e, por fim, a aplicação da Lei.
    A palavra alcoolismo é conhecida de todos. São poucos, porém, que sabem exatamente o seu significado. Portanto, vamos lá.
   O alcoolismo, também conhecido como "síndrome da dependência do álcool", é uma doença caracterizada pelos seguintes elementos:
Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber;
Perda de controle: a inabilidade frequente de parar de beber, uma vez que a pessoa já começou;
Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náusea, suor, tremores e ansiedade, quando se pára de beber após um período bebendo muito. Tais sintomas são aliviados bebendo álcool ou tomando outra droga sedativa;
Tolerância: a necessidade de aumentar a quantidade de álcool para sentir-se "alto".
    A natureza do tratamento dependente da gravidade do alcoolismo do individuo e dos recurso disponíveis na comunidade. O tratamento pode incluir a desintoxicação (o processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo médico para ajudar a evitar o retorno à bebida, uma vez que já parou; psicoterapia individual e/ou em família.
    Há tipos de tratamentos promissores que ensinam a recuperar dependentes de álcool e a identificar sentimentos que levam à necessidade de beber e descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer destes tratamentos podem ocorrer tanto em um hospital, como em sua própria residência (o paciente fica em sua casa e vai às consultas, nos dias determinados).
    O envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos programas oferecem terapia individual e terapia familiar como parte do processo de tratamento. Alguns programas podem oferecer para os dependentes recursos vitais da comunidade como a assistência legal, treinamento de trabalho, creche e aulas para pais.
    A oferta dos conhecimentos sobre os perigos do uso de álcool e uma vida sadia e prazerosa são os elementos principais para garantir a redução dos problemas causados pelas drogas a níveis psíquicos e biológicos e sociais.
    Se você tem problemas com álcool,não prometa nada a ninguém, lute para não beber o primeiro gole, mantenha-se sóbrio, Só por Hoje, um dia de cada vez, não procure uma fórmula salvadora e principalmente não troque uma bebida por outra que você ache menos severa, não tenha inveja de quem pode beber sem ter problemas, cada pessoa é única.
   Uma vez alcoólico sempre alcoólico. Se evitar o primeiro gole sua vida se torna feliz.
    Então, se você decidiu parar de beber, persista, não desista! Uma decisão certa pode transformar positivamente sua vida e a de sua família.

Dúvidas sobre alcoolismo:
elizianerosa.psicoterapeuta@gmail.com


Eliziane Rosa







Publicado no jornal Bahia Norte - nº30, janeiro de 2010