Independente das estatísticas, sejam os milhares que forem, devemos ter em mente que na realidade o número de abuso sexual na infância, é bem maior, pois a maioria desses casos não são denunciados tendo em vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas, por que muitas vezes o ato não deixa marcas corporais e falar que um familiar ou um vizinho fez algo tão serio e não poder mostrar a prova cabal gera um silêncio danoso.
Abuso sexual em crianças pode ocorrer na família e fora de casa, define-se como qualquer conduta sexual, seja com uma criança induzida por um adulto ou por outra criança mais velha. Os danos psicológicos e emocionais a longo prazo recorrentes dessas experiências podem ser devastadores. A rede de silêncio deste horrível segredo deixa traumas e aflora alterações no comportamento.
O interesse excessivo ou hesitação do sexo, problemas o sono ou pesadelo, depressão ou isolamento dos seus amigos ou famílias se sentir sujo ou contaminado, dificuldades na escola, rebeldia, agressividade, comportamento suicida, pânico de pessoas ou lugares, temor irracional diante de um exame físico, mudança de conduta súbita são sintomas correlacionados com o abuso, estas consequência são danosas, e para a repercussão emocional dependerá em grande parte da resposta da família e do encaminhamento dado ao assunto. O período de readaptação depois do abuso pode ser difícil tanto as para a criança quanto para a família, mas se esconder e se calar não resolve o problema.
As principais sequelas do abuso são de ordem psíquica e interfere na história de vida emocional de homens e mulheres, causando problemas conjugais, psicossomáticos e transtornos psiquiátricos, sem falar da gravidez indesejada e nas DST´s. Procurar ajuda profissional e acreditar no que a criança fala é imprescindível para que haja um esclarecimento sobre o assunto, isto colabora para estabilização emocional e traz um bom sentimento que é o de acolhimento.
Denunciar esse crime também é importante para a criança e para a sociedade, pois o agressor sexual pode repetir este ato durante anos em outras situações. Lembrar deste assunto só quando ocorre um escândalo na mídia é pouco! É necessário também uma educação e um diálogo franco que explique a criança desde pequena que ela possui sua intimidade que só pode ser partilhada pelo cuidador, e as escolas também tem estar atentas na identificação de sintomas e outros sinais para poder intervir e orientar as familiar.
Eliziane Rosa
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